Rota Tech 2030, realizado em São Bernardo do Campo, teve a exposição de projetos de PD&I, palestras e painéis técnicos e lançamento de novas iniciativas
Mais de 250 representantes do ecossistema automotivo e da mobilidade participaram na última quarta (9) e quinta-feira (10) do Rota Tech 2030 – Amostra Tecnológica do programa Rota 2030, no Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo-SP. O evento, organizado pela Fundep – Fundação de Apoio da UFMG, teve 27 palestras e painéis técnicos, com mais de 50 especialistas do setor, e a exposição de 22 projetos de PD&I desenvolvidos por meio do programa Rota 2030. Novas inciativas também foram lançadas visando contribuir com o desenvolvimento tecnológico da cadeia automotiva.
O foco do evento foi as Linhas do Rota 2030 coordenadas pela Fundep: Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas; Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão; e Linha VI – Conectividade Veicular. O objetivo foi compartilhar os resultados alcançados até agora e oferecer um espaço para troca de experiências e provocações capazes de fomentar a evolução tecnológica do setor automotivo.
Programação promoveu diálogo e conexões
A abertura oficial do evento teve a participação do presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramírez, e do Reitor do Centro Universitário da FEI, professor Dr. Gustavo Donato.
Para o presidente da Fundep, a instituição vem cumprindo a sua missão de conectar diversos atores da cadeia automotiva, como indústrias, Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs), startups, entre outros, com o objetivo de contribuir para a solução de desafios destacados pela sociedade. Segundo o professor Jaime Ramírez, “o programa Rota 2030 é um case de sucesso e deve servir de inspiração para os demais setores da nossa comunidade”. Além disso, destacou a importância de envolver o governo, as empresas e as universidades públicas e privadas para o desenvolvimento do setor.
O painel principal do evento teve como tema os avanços do programa Rota 2030 e as perspectivas para o setor automotivo. Mediado pela gestora de programas da Fundep, Ana Eliza Braga, contou com a participação de representantes das seguintes entidades: Henry Joseph, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Gábor Deák do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Leonardo Amaral, da Associação Brasileira Engenharia Automotiva (AEA), e de Christian Dihlmann da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer).
Também estiveram presentes representantes das outras instituições coordenadoras do programa Rota 2030: Senai (Antônio Sérgio Martins), Embrapii (Luciano Cunha de Sousa) e Finep (Felipe Cardoso Gelelete).
O painel debateu temas sobre a visão das associações sobre os resultados do programa, os principais desafios para os próximos anos e a execução de projetos estruturantes, definido pelo Governo Federal como aqueles transversais com o maior escopo e o envolvendo mais de uma coordenadora do programa.
A programação do Rota Tech 2030 foi organizada em três trilhas de conteúdo: Ferramental, Mobilidade e Conectividade. Ao todo, 27 painéis e palestras técnicas abordaram importantes temas do setor automotivo, como descarbonizarão, biocombustíveis, indústria 4.0, conectividade e trafego urbano, cidades inteligentes, desafios tecnológicos de ferramentarias, entre outros.
Amostra Tecnológica do Rota 2030
Também foram apresentados 22 projetos de PD&I em execução pelas Linhas IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas e V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, do programa Rota 2030. Uma oportunidade para conhecer de perto ações que geram mais inovação e competitividade para o setor automotivo.
Pela Linha V, um dos projetos apresentados foi o “Detecção de motocicletas no ponto cego do veículo utilizando sensor radar”, desenvolvido pelo Centro Universitário Facens, em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Technische Hochschule Ingolstadt (THI) e as empresas Stellantis e Bosch. Os participantes puderam ter uma demonstração do veículo – equipado com software de alerta capaz de alertar o condutor quando o veículo estiver em uma situação de perigo iminente, como a aproximação de uma motocicleta. Os participantes tiveram a oportunidade de dirigir o veículo e conferir os alertas gerados pela tecnologia em situações de perigo.
Outro veículo em demonstração foi um caminhão do projeto “Desenvolvimento de Sistema de Segurança para Veículo Autônomo em Aplicação Agrícola”, desenvolvido pela Universidade Federal do ABC (UFABC), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e as empresas Mercedes-Benz, Bosch e Grunner Tecnologia Agrícola. O projeto busca elevar a automação do caminhão comercial para uso agrícola, com o objetivo de aumentar a segurança de operação do equipamento e ampliar a competitividade.
Já pela Linha IV, foi possível conferir os resultados dos projetos consorciados “DEMESTAA”, “MISCAE” e “DECOLAB”, executados pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O objetivo dos projetos é a construção de demonstradores do processo de estampagem de superfícies automotivas “Classe A” e de painéis estruturais “Coluna B”. Os demonstradores são representativos da capacidade industrial do setor brasileiro de ferramentarias para que possam ser utilizados como referência para mapear todo o processo de construção do ferramental de estampagem, identificando os gargalos e oportunidades de melhorias. Ao todo, os projetos possuem a participação de mais de 23 empresas, entre montadoras, sistemistas, autopeças e ferramentarias.
Lançamentos de iniciativas
Além de apresentar resultados e discutir as perspectivas para os próximos ciclos do Rota 2030, o evento promoveu o lançamento de novas iniciativas com o objetivo de contribuir ainda mais com o desenvolvimento tecnológico do setor automotivo. Confira:
Programa de Aprendizado Federado
O professor da Escola de Engenharia da UFMG e coordenador técnico da Linha de Conectividade Veicular do Rota 2030, Frederico Guimarães, apresentou o Programa de Aprendizado Federado. Um ambiente capaz de viabilizar aplicações avançadas de aprendizado de máquinas (machine learning) com veículos conectados de maneira a fazer melhor uso dos dados coletados. Ação com grande potencial de impacto na criação de aplicações disruptivas, de forma colaborativa e iterativa, para integrar cidades e veículos de maneira inteligente e tecnológica.
Chamada de PD&I da Linha de Conectividade Veicular
A primeira Chamada Pública de PD&I da Linha de Conectividade Veicular do Rota 2030 tem o objetivo de gerar conexões transformadoras capazes de oferecer soluções de inovação aberta impactantes de curto e médio prazo na indústria automotiva. Serão investidos até R$ 15 milhões em projetos desenvolvidos por indústrias do setor automotivo, Institutos de Ciência e Tecnologia e startups.
Os detalhes foram apresentados pelo coordenador de programas da Fundep, Raylson Martins, e pelo professor do Departamento de Ciência da Computação da UFMG e coordenador técnico da Linha VI do Rota 2030, Heitor Ramos.
A seleção de projetos será para as linhas temáticas de Conectividade dos veículos com o ambiente externo, Tecnologia da Privacidade e Segurança de Dados e Serviços, Diagnóstico e Manutenção Preditiva de Veículos.
A edital da chamada estará disponível a partir do dia 16 de novembro, pelo site: https://mover.fundep.ufmg.br/
Lançamento da Chamada de PD&I Intec+
A Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, do Rota 2030, lançou um novo formato da chamada de PD&I Intec+. Serão aportados até R$ 12 milhões em projetos de PD&I desenvolvidos por empresas, startups ou Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) capazes de contribuir para o setor automotivo. Trata-se de um novo formato de chamada pública que irá direcionar esforços para a solução de demandas específicas da cadeia automotiva nas áreas de bicombustíveis, segurança e propulsão veicular.
O edital da chamada está aberto para consulta pública com o objetivo de coletar a percepção dos proponentes e demais participantes a respeito das melhorias e novos objetivos do modelo para seja possível aprimorar o documento e obter sucesso nos objetivos propostos.
A nova chamada foi apresentada pela analista de projetos da Fundep, Ana Luísa Lage, e pelo professor da Unicamp, Tarcio André Barros (coordenador técnico da Linha V do Rota 2030). O lançamento também teve a presença da co-fundadora da HION Tecnologia, Cynthia Thamires da Silva, que compartilhou sobre a experiência de ter um projeto em desenvolvimento por meio da primeira edição da chamada Intec +.
Plataforma Rota In Curso
A Fundep irá auxiliar na solução de problemas de eficiência e organização que impactam a competitividade das empresas. O Rota In Curso é uma plataforma com mais de 50 cursos, em parceria com reconhecidas instituições de ensino, para capacitar empresários e colaboradores de ferramentarias. O foco será melhorar a gestão, otimizar processos produtivos e gerar resultados mais efetivos para as indústrias. E o melhor, os cursos são totalmente gratuitos para as ferramentarias que participam das iniciativas da Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, do Rota 2030.
Para o lançamento da plataforma, foi realizado um painel sobre os desafios da capacitação técnica de profissionais para o setor ferramental. Participaram a gestora de programas da Fundep, Ana Eliza Braga, a gerente de apoio aos negócios do IPT, Ana Paola Villalva Braga (coordenadora técnica da Linha IV do Rota 2030), o representante do Senai, Edilson de Oliveira Caldas, o presidente da Abinfer, Christian Dihlmann, o diretor o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, e o professor do Senai, Roberto Monteiro Spada.
O envolvimento das ferramentarias no Rota 2030 geram créditos na plataforma Rota In Curso, que podem ser trocados por vagas em cursos em diversas modalidades (presencial, semipresencial, EAD e EAD Autoinstrucional). Quanto mais envolvimento nas iniciativas do Rota 2030, mais créditos são gerados para capacitar os profissionais.
Lançamento da 2ª Edição do Rota Challenge
O Rota Challenge é uma ação para conectar ferramentarias com startups capazes de solucionar desafios tecnológicos do setor. O foco é promover um ambiente de inovação e a otimização de processos produtivos para o aumento da competitividade. Na 2ª edição será investido até R$ 600 mil para a execução de provas de conceitos (POCs).
Para debater sobre como as startups podem contribuir para ampliar a cultura de inovação nas ferramentarias, a analista de inovação da Fundep, Jade Alves, mediou um painel com a presença do diretor do Parque Tecnológico de Santo André, Ricardo Magnani, do coo-fundador da startup, Vitau Automation, Felipe Vitoriano, do fundador da startup I-Sensi, Maurício Finotti, e do presidente da Abinfer, Christian Dihlmann.
Parceiros
O Rota Tech 2030 foi uma realização da Fundep, em parceria com o Centro Universitário da FEI, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Unicamp, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Sindipeças, Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM), SAE BRASIL e Parque Tecnológico de Santo André.
Sobre o Rota 2030
O programa Rota 2030 é uma iniciativa do Governo Federal, descrita na Lei Federal nº 13.755/2018, para estimular o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor automotivo por meio do desenvolvimento e da aplicação de novas tecnologias.
A Fundep é a coordenadora de três Linhas do Programa:
Linha IV– Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, que tem como coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado e São Paulo (IPT).
Linha V- Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão, que possui como coordenação técnica a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Centro Universitário da FEI e a Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Linha VI– Conectividade Veicular, com coordenação técnica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
